O convidado do Encontro às Quintas do dia 14 de novembro é o professor Jeremy Greene, do Institute of the History of Medicine da Johns Hopkins University (Baltimore, EUA). Em sua apresentação, o pesquisador reavaliará as primeiras versões da narrativa da “revolução terapêutica” – amplamente caracterizada em termos de uma mudança na eficácia da farmacoterapêutica no século 20 -, que têm sido um tema-chave na história da medicina nas últimas quatro décadas.
Ele destaca que se questionarmos qualquer pessoa sobre a prática da medicina em 2013 em comparação com a de 1913, provavelmente ouviremos histórias sobre como tínhamos poucos remédios eficazes e agora temos mais produtos farmacêuticos potentes para combater as doenças. Essas histórias sugerem formas súbitas e dramáticas da mudança social que se seguiu na esteira da descoberta de uma série de fórmulas mágicas durante o século passado. Nessa versão da história, a medicina tornou-se moderna por meio dos medicamentos.
Greene busca compreender até que ponto essa narrativa modernista está ou não apoiada no reexame cuidadoso de materiais históricos. Isso significa dizer que uma revolução terapêutica (ou várias revoluções terapêuticas) acontece? Em caso afirmativo, quando ocorre, onde e para quem?
Em sua análise sobre as narrativas da “revolução terapêutica”, ele dialoga com críticos contemporâneos – especialmente com o texto The Role of Medicine (1968), de Thomas McKeown. Na obra, o médico-demógrafo britânico argumentou que os termos da revolução terapêutica foram exagerados, ao descrever o declínio da mortalidade por doenças infecciosas na Inglaterra e no País de Gales, do início do século 19 à década de 1960.
Doutor em História da Ciência pela Universidade de Harvard, Green atualmente é médico do East Baltimore Medical Center e do hospital da Johns Hopkins University. Ele é autor do livro Prescribing by Numbers: Drugs and the Definition of Disease e co-editor do livro Prescribed: Writing, Filling, Using, and Abusing Prescriptions in Modern America.