“Tem pouca gente fazendo pesquisa em divulgação cientifica de qualidade como Luisa [Massarani] tem feito”. Assim o presidente do CNPq Hernan Chaimovich apresentou a pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC) /Fiocruz, contemplada com o Prêmio José Reis na categoria Pesquisador e Escritor. Luisa recebeu a honraria durante a 68ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na cidade baiana de Porto Seguro, onde ela também fez a conferência “Divulgação Científica – E agora José?
Coordenadora do mestrado acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da COC, Luisa Massarani destacou a importância de José Reis para a ciência brasileira, segundo ela, ainda pouco conhecido. Ela está à frente do projeto que vai tratar, estudar e disponibilizar ao público o acervo doado à unidade da Fiocruz pela família do médico, virologista, professor, jornalista e divulgador científico, um dos fundadores da SBPC.
“Existe um abismo entre quem realiza atividades práticas em divulgação científica e quem pesquisa no campo em divulgação científica. Na minha trajetória, busquei realizar tanto atividades práticas como acadêmicas neste campo, e o foco do trabalho tem sido dar subsídios para aprimorar a divulgação cientifica”, enfatizou a pesquisadora.
Ex-chefe do Museu da Vida onde, atualmente, integra a equipe do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica, Luisa Massarani é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, com ampla atividade acadêmica, científica e de gestão em divulgação científica, incluindo a liderança do grupo de pesquisa do CNPq Ciência, Comunicação & Sociedade. Além de coordenar a SciDev.Net (www.scidev.net) para América Latina e Caribe, é diretora executiva da Red Pop-Unesco, a rede de popularização da ciência e da tecnologia para a América Latina e o Caribe. Membro honorária do departamento de ciência e tecnologia da University College London e membro do comitê científico da PCST Network, a rede internacional para comunicação pública da ciência e tecnologia, a pesquisadora publicou cerca de 70 artigos sobre seu campo de pesquisa em jornais científicos.
O envolvimento com as crianças nesse campo “tem sido um marco em minha carreira”, disse a pesquisadora, que é graduada em jornalismo pela PUC-Rio. Luisa trabalhou na revista Ciência Hoje das Crianças, publicação da qual foi editora por cinco anos; montou exposições e colaborou com a Folhinha (caderno especial do jornal Folha de S. Paulo voltado às crianças) e escreveu livros infantis (“O Pequeno Cientista Amador: a divulgação cientifica e o público infantil” e “Dinossauros do Brasil”).
“Há estudos que sinalizam que a divulgação científica para o público infantil possui potencial de ter um impacto na vida das crianças quando adultas, contribuindo para o estabelecimento de uma cultura cientifica. Além disso, é uma delícia fazer divulgação científica para crianças!”, concluiu Luisa.