Fiocruz
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Obras na Cavalariça garantem conforto, acessibilidade e segurança

07 jan/2021

Parte integrante do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm), conjunto construído no início do século 20, do qual também fazem parte o Castelo da Fiocruz (Pavilhão Mourisco), o prédio do Relógio (Pavilhao da Peste), o Quinino (Pavilhão Figueiredo Vasconcelos) e o Pombal (Biotério para pequenos animais), a Cavalariça, edifício construído em 1904 para abrigar os cavalos que forneciam o soro imunizante contra diversas doenças como a varíola e a peste bubônica, está passando por obras a fim de adequar o espaço à visitação do público.

Depois de restaurada, a Cavalariça vai abrigar uma exposição permanente, parte do
circuito de visitação do Museu da Vida Fiocruz. Imagem: Acervo/COC

A obra integra uma série de intervenções previstas pelo Plano de Requalificação do Nahm, do qual a Cavalariça faz parte. O plano visa a ampliar a oferta de atividades socioculturais, de divulgação científica e educação por meio de intervenções e definição de novos usos nas edificações históricas. Restaurada, a Cavalariça vai abrigar uma nova exposição do Museu da Vida, que tem por objetivo permitir que o visitante experimente a complexidade do processo da saúde, que abrange muito mais do que a ausência de doenças e envolve diferentes perspectivas: biológicas, sociais e ambientais.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico em 1981, o prédio passou por uma minuciosa restauração ao completar 110 anos, em 2014, que lhe devolveu características originais, como os estábulos azulejados, divisórias em estilo art noveau, além de atualizar instalação prediais e sistemas de iluminação e comunicação. A intervenção atual vai dar à Cavalariça a infraestrutura necessária ao conforto e segurança do visitante aliada às premissas necessárias à sua preservação, por meio da modernização dos sistemas de climatização, combate e detecção de incêndios, monitoramento por circuito fechado de televisão e instalação de sistema de proteção contra descargas elétricas.

Construção de vanguarda

Com cerca de 500 m², a Cavalariça é um dos edifícios que marcaram o início da ocupação da instituição idealizada por Oswaldo Cruz. Abrigo de animais utilizados para a fabricação de

O tratamento das fachadas da Cavalariça mescla elementos de estilo inglês
e italiano, este presente nos frontões com faixas alternadas de pedra e tijolos.
Foto: Rosio Moyano

soros, o prédio adotava princípios de sustentabilidade ambiental, utilizando técnicas avançadas para o início do século 20. Os refugos eram reaproveitados integralmente: a água era utilizada para irrigação; as fezes dos animais forneciam os gases para a iluminação das baias e o estrume adubava os campos.

Um sistema automático permitia o abastecimento de água das baias de quatro em quatro horas. A distribuição das forragens era feita por meio de roldanas em corredores elevados, localizados entre as baias e as paredes externas, dando livre movimentação aos cavalariços. A edificação, tombada em 1981 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abrigou até 2012 a exposição interativa Biodescoberta, uma das áreas de visitação do Museu da Vida da COC.