Selo será usado ao longo de 2014 |
Para comemorar seu aniversário e refletir sobre desafios futuros, o Museu da Vida promoveu no dia 26 de maio a mesa redonda Passado, Presente e Futuro: os 15 anos do Museu da Vida e o Cenário Nacional. Durante a cerimônia de abertura, foi lançado um selo comemorativo (na imagem à esquerda) que será utilizado nos produtos de design e divulgação científica e em todos os eventos ligados ao museu neste ano.
O chefe do Museu da Vida, Diego Bevilaqua, fez questão de lembrar de quem fez parte da trajetória do museu, que segundo ele, “é fruto da dedicação de vários trabalhadores ao longo dos anos”. Paulo Elian, diretor da Casa de Oswaldo Cruz, apontou direções para o futuro: “é preciso avançar nas conquistas obtidas e ampliar o diálogo entre ciência e sociedade”.
José Ribamar Ferreira, representando todos os que já contribuíram com o Museu da Vida, recebe placa de Paulo Gadelha. Na foto com Nísia Trindade, Diego Bevilaqua e Paulo Elian. |
Integrantes dessa história, Nísia Trindade, vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, e Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, ambos ex-diretores da COC, também participaram da mesa de abertura. Para Nísia “as batalhas iniciais transformaram-se em pontes de comunicação. Hoje, o museu está incorporado à vida da instituição”. Paulo Gadelha, além de lembrar curiosidades históricas, como o fato de que “a Tenda da Ciência, era originalmente uma estrutura utilizada pela Fiocruz, durante a Conferência Rio 92”, ressaltou a construção coletiva do Museu da Vida: “Todos nós somos parte desse projeto”.
Em ato simbólico, ao final da solenidade, José Ribamar Ferreira foi homenageado com uma placa em nome de todos os que contribuíram para a implantação e desenvolvimento do Museu da Vida. O antigo coordenador emocionou-se revivendo, segundo ele, “uma história que lhe confere prazer, honra e realização pessoal” e concluiu: “Aqui, encontrei o lado lúdico da ciência e a prática do fazer científico”.
Mesa redonda: passado, presente e futuro em discussão
Idealismo e novas propostas foram debatidas na mesa redonda. Da esquerda para a direita, Gilson Antunes, Diego Bevilaqua e Douglas Falcão. |
Uma mesa redonda para debater a experiência do passado e um olhar para o futuro. Segundo Diego Bevilaqua, que coordenou a discussão, disse que o objetivo é colocar lado a lado representantes da história do museu e pessoas suficientemente próximas para estar provocando reflexão. Para isso, os convidados foram Gilson Antunes, coordenador executivo do campus Fiocruz Mata Atlântica e que capitaneou a implantação do Museu da Vida e o Douglas Falcão, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e da Tecnologia do MCT.
Gilson evocou momentos de idealismo: “Era uma época de redemocratização e o projeto vinha buscar o diálogo com a sociedade” e também de construção coletiva – “o primeiro grupo de trabalho tinha mais de 92 pessoas, todos queriam participar”. O projeto recebeu o estímulo do 2º Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), que, em 1993, lançou um edital preparado pelo CNPq, Capes e Ministério da Indústria e Comércio estabelecendo um concurso nacional para a instalação de museus de ciência e tecnologia que se tornassem referências para o país.
A ideia era que o Rio se apresentasse de uma maneira articulada, integrando uma rede com grandes áreas temáticas: o Museu da Vida na Fiocruz; o antigo Planetário da Prefeitura, na Gávea, que se transformou em Museu do Universo, o Museu do Mar e o Museu da Marinha, na Praça 15. Contemplado em primeiro lugar no edital do PADCT, o Museu da Vida, inaugurado em 1999, apresentou propostas inovadoras, como a engenharia da simultaneidade – integração de equipes diferenciadas em sinergia. “O ingrediente básico foi o desejo, o compromisso, os valores que construímos juntos”, concluiu.
Além de apresentar um panorama histórico da evolução da política pública de Ciência e Tecnologia em direção à popularização do conhecimento, Douglas Falcão destacou a singularidade do museu da Fiocruz: “ (o museu) adota a temática da questão da vida, que é uma inovação, o uso da interação e da linguagem colaborativa. Destrona a ideia de que divulgação científica atrapalha a prática científica”.
Falcão ainda enumerou alguns desafios da Ciência e Tecnologia no Brasil, entre eles, a melhor distribuição e maior implementação de museus pelo Brasil, estabelecimento de estratégias para alcançar brasileiros que não vão a museus, adolescentes e pré-escolares, profissionalização e aproximação da comunidade cientifica, aumento da presença dos museus nas redes sociais, desenvolvimento de aplicativos para divulgação da ciência em celulares, trabalho em rede. O diretor finalizou: “O Museu da Vida é essencial nesse sentido”.