A pesquisadora do Núcleo de Estudos em Divulgação Científica do Museu da Vida (NEDC) Luisa Massarani foi reeleita para a direção executiva da RedPOP, a Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe. A eleição foi durante a Assembleia Geral da entidade, cujo 14º Congresso ocorreu de 25 a 29 de maio em Medelín, na Colômbia, e vale para o biênio 2016-2017. No evento, foi apresentado o primeiro Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e do Caribe, uma relação com aproximadamente 470 unidades do gênero da região, editado em português e espanhol. Em um ano e cinco meses desde a posse na direção da entidade, o número de membros da RedPOP dobrou; saltou de 32 em janeiro de 2014 para 65 em maio de 2015. Para Luisa, o guia marcou sua atual gestão.
“No período 2014-2015, destaco o Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e do Caribe. Se queremos dar visibilidade a nossas ações e ter parcerias, é crucial que possamos nos conhecer. E o guia é um primeiro passo importante. Destaco também o mapeamento que realizamos das políticas de divulgação científica na América Latina, além da renovação do site, que será lançado em breve. Estas ações só foram possíveis com o apoio do CNPq”, ressalta a pesquisadora.
A publicação comemora os 25 anos da entidade. “A RedPOP é uma rede incrível, que tem um imenso potencial de catalisar parcerias na América Latina e dar visibilidade às ações que diversos grupos têm feito, com abordagens tanto práticas como acadêmicas, na região. Foi criada pela Unesco e, embora sejamos independentes, trabalhamos juntos, de forma sinérgica”, afirma.
Para os próximos dois anos, Luisa Massarani já traçou seu plano de ação. “Nossa meta é muito ambiciosa: faremos um diagnóstico crítico – inédito – da divulgação científica na América Latina. A iniciativa é inspirada em iniciativa liderada por Bruce Lewenstein, da Universidade Cornell (em Ithaca, Nova Iorque) e colegas, nos Estados Unidos, com apoio da Academia Nacional de Ciências, adianta. Professor de comunicação da ciência, ele é um dos autores da obra “Learning Science in Informal Environments People, Places, and Pursuits”, uma publicação da Academia Nacional de Ciências americana.
“O próprio Lewenstein vem ao Brasil em julho nos assessorar”, acrescenta a diretora executiva da RedPOP. Segundo ela, a proposta é obter uma visão crítica do campo, com objetivo de aprimorar e permitindo sua maior visibilidade. Além disso, será uma ferramenta para apoiar os formuladores de política. A iniciativa conta com apoio do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação-Brasil, por meio do CNPq.
Em seu 14º Congresso, a RedPOP reuniu 402 divulgadores da ciência de 21 países. Tendo como eixo central a divulgação científica, os participantes discutiram a relação da ciência com áreas como política pública, educação e arte. Outro tema debatido foi a utilidade de um banco de dados compartilhado sobre as experiências de instituições que fazem parte da entidade, bem como a necessidade de envolver o público no desenvolvimento de estratégias de centros e museus de ciência.
Juntamente com Luisa Massarani, farão parte da direção da Rede como conselheiras a costa-riquenha Alejandra León-Castellá, a colombiana Claudia Aguirre e a argentina Constanza Pedersoli. O representante da Unesco na entidade é o argentino Ernesto Fernandez. Para o 15º Congresso, em 2017, foi escolhida a Universidade de La Punta, na Argentina.
RedPOP avalia influência da mídia
O jornalismo científico ganhou menção especial no Congresso. Para os participantes, os meios de comunicação também são capazes de influenciar os tomadores de decisão em nível governamental no tocante às questões de ciência e tecnologia. Na avaliação do grupo, a otimização do trabalho dos profissionais de mídia e de interessados na divulgação da ciência passa por sua adequada educação sobre o tema.
O evento consagrou divulgadores da ciência. Foram contemplados com o Prêmio Latino-Americano de Popularização da Ciência e da Tecnologia o biólogo argentino Diego Golombek, o físico colombiano naturalizado mexicano Noboru Takeuchi; na categoria Centros ou Programas, o vencedor foi o Parque Explora de Medellín. A Orquestra Filarmônica de Medellín encerrou o Congresso unindo música e imagens do universo, projetadas no gigantesco telão montado no Parque dos Desejos, entre o Planetário, o Parque Explora e o Jardim Botânico e a Universidade de Antioquia.