Fiocruz
Webmail FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Livro revela o acervo histórico da Fiocruz

04 jun/2014

 Capa do livro

Com o lançamento do livro Vida, engenho e arte: o acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz, a Casa de Oswaldo Cruz (COC), centro de história, memória e divulgação científica da Fiocruz, revela o diversificado acervo que guarda sobre a trajetória da instituição, desde a chegada do médico sanitarista Oswaldo Cruz ao então Instituto Soroterápico Federal de Manguinhos, no início do século 20, até os dias atuais.

É a primeira vez que a COC faz um lançamento editorial ancorado em todo o seu acervo. Com cinco capítulos escritos por dez autores e prefácio de Margarida de Souza Neves, professora emérita da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a obra conta com três organizadores: os jornalistas Fábio Iglesias, Ruth Martins e o historiador e pesquisador Paulo Elian. A versão em inglês (Life, Inginuity, and Art) é assinada por Diane Grosklaus Whitty.

Além das imagens históricas, muitas inéditas, a obra traz registros atuais feitos pelo fotógrafo Bruno Veiga, premiado – em 2013, recebeu o Prêmio Brasil Fotografia na categoria Ensaios -, um dos mais talentosos de sua geração. Ele apresenta um olhar contemporâneo das edificações centenárias de Manguinhos, captando a atmosfera de uma arquitetura que convive de forma harmônica com o ambiente, o elemento humano e o tempo. Para os organizadores, o livro Vida, engenho e arte: o acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz, a Casa de Oswaldo Cruz e a Fiocruz reafirmam “o papel das instituições públicas na preservação e divulgação de seus acervos”. E defendem: “parte do patrimônio cultural do país, este e outros acervos devem ser protegidos pelo Estado e disponibilizados à sociedade”.

O primeiro capítulo é dedicado ao acervo arquitetônico. Em “Monumentos à ciência: arquitetura neomourisca, eclética e modernista”, Renato Gama-Rosa Costa revela a variedade de estilos em diferentes épocas, que marcam as construções da Fundação. No segundo capítulo, “Saúde em Imagens: cenários, personagens e ações”, as autoras Aline Lopes de Lacerda e Stella Oswaldo Cruz Penido falam do tema que era uma paixão para Oswaldo Cruz, a fotografia, e também sobre os filmes que registraram o combate à febre amarela e as pesquisas de campo, nas viagens à região amazônica. O sanitarista chegou a construir um laboratório fotográfico na própria casa, em Botafogo. No capítulo “Coleções Bibliográficas: História das Ciências, da Medicina e da saúde, escrito por Flávio Edler e Wanda Latmann Weltman, é abordada a preocupação do patrono da Fiocruz com as publicações editoriais de interesse da instituição. É atribuído ao cientista, segundo os autores, a frase: “corte-se a verba para alimentação, mas não se sacrifique a biblioteca”.

Ana Luce Girão Soares de Lima, Verônica Martins de Brito e Paulo Roberto Elian dos Santos dividem o quarto capítulo “A Escrita da Ciência: do trabalho à vida pessoal”, sobre a importância do arquivo e dos documentos, como o do pesquisador Haity Moussatché, cassado em 1970 pela ditadura militar, que doou seu arquivo pessoal à unidade. O último capítulo, “Museus em Manguinhos: artefatos da ciência e tecnologia em saúde”, foi escrito por Pedro Paulo Soares e Inês Nogueira, que revelam a ideia de Oswaldo Cruz para a criação de um museu científico em Manguinhos. No esboço traçado por ele para a construção do Castelo Mourisco, já era possível observar a área destinada ao museu.

Com a conclusão da construção do prédio principal, em 1918, as atividades do museu tornaram-se realidade, ganhando as primeiras coleções: amostras de anatomia patológica, parasitologia, micologia e entomologia coletadas por pesquisadores durante seus trabalhos investigativos. Além dos laboratórios, salas destinadas à fabricação de vidraria e realização de curso, o Castelo Mourisco também abrigava o laboratório do fotógrafo Joaquim Pinto da Silva, ou simplesmente J. Pinto, responsável por grande parte do acervo iconográfico da história da Fiocruz. Esse trabalho soma-se às imagens dos arquivos das fundações Rockefeller e Serviços de Saúde Pública (Sesp) e de diversos sanitaristas, médicos e cientistas da instituição ao longo de 114 anos.

O livro Vida, engenho e arte: o acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz é uma realização da Casa de Oswaldo Cruz, com patrocínio da Lafarge, Nortec Química e gestão cultural da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), e apoio da Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.