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Livro ‘Médicos Intérpretes do Brasil’ faz diálogo original entre história, saúde e ciências sociais

08 out/2015

Capa do livro Médicos Intérpretes do Brasil
 

A partir de textos de vários autores organizados pelo cientista político Gilberto Hochman e a socióloga Nísia Trindade Lima, pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o livro Médicos Intérpretes do Brasil promove um diálogo original entre história, saúde e ciências sociais. Cada um dos 29 capítulos da obra é precedido por artigo introdutório escrito por especialista no personagem e no tema. Figuram nomes consagrados nos campos da antropologia, sociologia, literatura e da educação: Manoel Bonfim, Arthur Ramos, Pedro Nava, Edgard Roquette-Pinto, Thales Azevedo e João Guimarães Rosa. “Entendemos este livro como um empreendimento fundamentalmente multidisciplinar”, adiantam os organizadores.

Os textos “formam um mosaico eclético que bem pode ser visto como um quebra-cabeça sobre o Brasil Republicano”, destacam Hochman e Nísia, professores do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da COC. A obra, da Editora Hucitec, é fruto de um projeto intelectual de cinco anos; reuniu cerca de trinta profissionais convidados que se dedicaram à sua confecção.

O livro Médicos Intérpretes do Brasil remete ainda a textos de cientistas e gestores, entre os quais Miguel Couto, Carlos Chagas e Afrânio Peixoto. Outros também estão lá, embora com presença mais regional, como Francisca Praguer Fróes, Alfredo da Matta e o médico humorista Mendes Madeira de Fradique Freitas. Cada um deles procurou entender e buscar solução para os problemas nacionais, como intérpretes – sejam conservadores ou progressistas – possibilitando ao leitor um passeio por períodos importantes da história do país.

Mais do que observações, os médicos Josué de Castro, Samuel Pessoa, Mário Magalhães da Silveira, Nise da Silveira e Noel Nutels acompanharam a tradição de engajamento e intervenção, desenvolvendo atividade de campo. Outros assuntos estão na obra: a ruptura da política liberal-oligárquica no início do século 20, a ditadura do Estado Novo, o período pós Segunda Guerra, a política de Juscelino Kubitschek, único presidente médico do país, o golpe de 1964 e a redemocratização na década de 1980, quando o Brasil alcança o ápice do movimento da Reforma Sanitária com a promulgação da Constituição que estabeleceu o Sistema Universal de Saúde (SUS).

O lançamento de Médicos Intérpretes do Brasil acontece em 13 de outubro, às 19h, na Blooks Livraria, no Rio de Janeiro (Praia de Botafogo, 316).

Serviço
Livro: Médicos Intérpretes do Brasil
Editora: Hucitec
Páginas: 667
Preço: R$ 58