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Jornada comemora 25 anos do DPH

15 out/2014

O Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (DPH/COC) comemorou seus 25 anos no dia 2 de outubro com um evento para discutir os desafios enfrentados na preservação do patrimônio histórico por escritórios institucionais especializados nessa área. Participaram do encontro profissionais que atuaram no departamento ao longo de sua história, funcionários que trabalham no setor atualmente, além de estudantes e representantes de outras instituições.

No evento, a professora aposentada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Maria Cristina Mello, uma das profissionais que trabalhou na criação do DPH, lembrou dos primeiros anos da trajetória do departamento. “A força desse departamento é mérito do Sérgio Arouca”, declarou Maria Cristina. “Ele estruturou esse trabalho, que antes não era departamento, vinculado à presidência [da Fiocruz]. Havia uma força política que permitia que [esse trabalho] fosse considerado parte do programa do Sérgio e da equipe que ele estava trazendo e que revolucionou esta instituição.”

Uma das primeiras atividades desenvolvidas por ela na Fiocruz foi uma obra de manutenção do Pavilhão do Relógio em janeiro de 1986 para abrigar a direção da Casa de Oswaldo Cruz (COC), unidade que estava sendo criada naquele momento.

Em sua fala, Maria Regina Pontin de Mattos, do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (Inepac-RJ), ressaltou que hoje a excelência do trabalho do DPH é reconhecida não apenas internamente na Fiocruz, mas também é referência para outras instituições ligadas ao campo do patrimônio.

“O DPH tem um papel fundamental na conscientização do que é esse patrimônio [da Fiocruz] e da importância de preservá-lo”, declarou Maria Regina. “Não nos passa desapercebido o trabalho exemplar feito dentro do departamento, de reconhecimento internacional.” Para ela, o DPH conseguiu fazer com que o reconhecimento do valor histórico dos prédios não representasse um elemento de estagnação do desenvolvimento institucional.

O vice-diretor de Informação e Patrimônio Cultural da COC, Marcos José de Araújo Pinheiro, percorreu, em sua apresentação, a história do departamento, desde a sua criação, quando assumiu as atividades de conservação e manutenção dos prédios históricos, o que, antes era uma atribuição da prefeitura do campus, atual Diretoria de Administração do Campus (Dirac). Marcos José lembrou os momentos de inflexão na história do DPH, como o início das atividades de pesquisa, a introdução de trabalhos de preservação preventiva e de educação patrimonial.

O vice-diretor também destacou a importância do departamento na construção da noção de patrimônio cultural da saúde, fundamental para a valorização de outros acervos da Fiocruz, como arquivístico, museológico, bibliográfico e arqueológico. “O DPH contribuiu para a noção ampliada desse patrimônio”, declarou. Marcos José ressaltou também o papel relevante que o departamento vem desempenhando em discussões atuais, que incluem temas como a requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos e o Preservo, complexo de preservação e difusão dos acervos culturais e científicos da saúde da Fiocruz.

Aposentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o arquiteto José Aguilera, que já atuou junto ao DPH, elencou fatores que, na avaliação dele, contribuíram para a consolidação do departamento. Para o arquiteto, um dos aspectos mais importantes é o fato de o DPH estar bem integrado à estrutura institucional. O conhecimento que seus profissionais têm sobre seu objeto de trabalho, sobre a história da instituição e seus valores, além do domínio teórico dos princípios que regem a preservação do patrimônio, também são fatores que contribuíram para o êxito do departamento, afirmou ele. A mesa foi mediada pelo arquiteto Renato da Gama-Rosa Costa, do DPH. A programação da jornada incluiu ainda visitas guiadas às obras de restauração e conservação dos prédios da Cavalariça, do Pavilhão Mourisco e do Pavilhão Arthur Neiva.