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Exposição fotográfica leva ao Museu da Vida o olhar de Anthony Leeds sobre as favelas cariocas nos anos 1960

20 jul/2016

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) inaugura em 28 de julho no Museu da Vida uma nova temporada da exposição O Rio que se queria negar: as favelas do Rio de Janeiro no acervo de Anthony Leeds. A mostra revela ao público parte do acervo fotográfico do antropólogo norte-americano Anthony Leeds, cedido por sua viúva, a cientista política Elizabeth Leeds, à Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) em 2014. As imagens exploram a estrutura das favelas cariocas e suas dinâmicas internas sob o olhar do antropólogo na década de 1960, período em que morou no Tuiuti e Jacarezinho.

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A cerimônia de inauguração da exposição acontece às 11h na sala de exposições temporárias do Museu da Vida, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro (Av. Brasil, 4365). O evento de abertura será precedido de uma mesa-redonda intitulada O Rio que se queria negar: as favelas e o direito à cidade no acervo de Anthony Leeds, às 9h, no auditório do museu.

Entre as fotos que integram a mostra, estão registros raros de favelas já removidas, como a Macedo Sobrinho, antes localizada no Humaitá, na Zona Sul do Rio. Parte dessas populações foram transferidas para os recém-construídos parques proletários, também registrados por Leeds. As lentes do antropólogo testemunharam ainda o cotidiano de favelas já tradicionais na época, como a Rocinha e a Providência, entre outras: os mutirões, o carteado entre amigos, as técnicas de construção, os estabelecimentos comerciais locais, como biroscas, armarinhos e barbearias, além dos espaços comunitários, como campos de futebol e quadras de escolas de samba.

Integrante da programação comemorativa aos 30 anos da COC, a exposição é dividida em duas áreas. No Parque da Ciência, estão expostos painéis com grandes ampliações das fotos de Leeds. Na sala de exposições, é possível conferir manuscritos do antropólogo, além de imagens feitas por Anthony e Elizabeth Leeds, durante suas observações de campo. Fazendo a ligação entre as duas áreas, há totens reproduzindo, em tamanho real, fotografias de mulheres com latas d’água na cabeça.

Uma das instalações usa pequenas caixas para simular a estrutura urbana de uma favela. Através de orifícios, os visitantes podem observar cenas eternizadas por Leeds, muitas das quais retratando a vida privada dos moradores. Em outro módulo, dezenas de monóculos suspensos em um móbile fotográfico trazem mais registros feitos pelo antropólogo.

Em uma das paredes, serão projetadas imagens panorâmicas representando o encontro da paisagem da favela com cartões postais do Rio, tais como Macedo Sobrinho e o Pão de Açúcar ou a Favela do Esqueleto e o Maracanã. A mostra traz ainda um teatro lambe-lambe, com um esquete sobre o cotidiano de uma favela carioca. Para ambientar o visitante, a cenografia da mostra inclui objetos comuns às favelas da época: ferro a brasa, bacia metálica, carrinho de mão e toneis d’água. 

A exposição O Rio que se queria negar: as favelas do Rio de Janeiro no acervo de Anthony Leeds foi montada pela primeira vez em 2015 no Museu da República, no Rio, com patrocínio da Nortec Química, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Tem como parceiros a Fotosfera Rio e a Disarme Gráfico.

Exposição
O Rio que se queria negar: as favelas do Rio de Janeiro no acervo de Anthony Leeds
Período: 28 de julho a 1º de outubro de 2016
Horários: terça a sexta, de 9h a 16h30, e sábados, de 10h a 16h
Local: Museu da Vida da Fiocruz
Endereço: Av. Brasil, 4365. Rio de Janeiro – RJ
Contato: (21) 2590-6747
Entrada gratuita

Mesa-redonda
Palestrantes:
Nísia Trindade Lima, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e coordenadora do projeto de exposição
Sandra Maria Souza, liderança e moradora da Vila Autódromo, participa do Comitê Popular Copa & Olimpíadas Rio
André Lima, doutorando em História das Ciências e da Saúde na COC/Fiocruz, ativista social morador de Manguinhos

Coordenação:
Aline Lopes de Lacerda, chefe do Departamento de Arquivo e Documentação da COC