O Encontro às Quintas recebe em 20 de agosto, às 10h, a pesquisadora Naomi Rogers, da Universidade Yale, para falar sobre as questões sociais e médicas da maior epidemia de poliomielite ocorrida nos Estados Unidos, em 1916. A pesquisadora vai explorar como cientistas, médicos, pacientes e suas famílias explicavam o surgimento e a disseminação da poliomielite e como lidaram com isso. O evento, realizado como atividade de greve da Fiocruz, acontece na Tenda da Ciência, no campus-sede da Fiocruz, localizado na Avenida Brasil, 4365 – Manguinhos, Rio de Janeiro.
A atividade é parte do ciclo de eventos Pólio Nunca Mais: 21 Anos da Erradicação da Poliomielite no Brasil, promovido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Em sua palestra, Naomi Rogers se propõe a apresentar uma história social, cultural e médica da epidemia de pólio nos Estados Unidos, procurando analisá-la como parte de um conjunto de questões maiores sobre saúde e doença na cultura americana do século 20.
Em 1916, um grande número de casos de pólio foi relatado pela primeira vez em cidades como Nova York, Filadélfia e Newark. Embora a pólio atingisse os filhos de ricos e pobres, as famílias de imigrantes estiveram no foco dos esforços de saúde pública. Funcionários públicos culpavam a “ignorância sanitária e o descuido” de famílias imigrantes pela propagação da doença.
No entanto, a tradicional conexão entre pobreza, sujeira e doença foi consistentemente desafiada pelos principais estudos epidemiológicos da poliomielite durante esse período. A crença na responsabilidade individual cegou os cientistas e funcionários quanto a uma evidência diametralmente oposta, a de que a doença podia aparecer em ambientes ordenados pela população que neles habitava.
Professora do Programa de História da Ciência e da Medicina da Universidade Yale, Naomi é autora dos livros Polio Wars: Sister Kenny and the Golden Age of American Medicine e Dirt and Disease: Polio before FDR, e de uma série de artigos, sendo o mais recente intitulado Save Her for the Dean: Feminists Fight the Culture of Exclusion in American Medical Education, 1970-1990.